quarta-feira, 14 de março de 2012

Meditações para o momento atual

Plinio Corrêa de Oliveira

O artigo abaixo, que transcrevemos com a finalidade de servir de tema de meditação nestes dias da Quaresma, foi escrito pelo Prof. Plinio e publicado na edição de 30-3-1947 de "O Legionário"

A verdadeira piedade deve impregnar toda a alma humana, e portanto também deve despertar e estimular a emoção. Mas a piedade não é só emoção, e nem mesmo é principalmente emoção.

A piedade brota da inteligência, seriamente formada por um estudo catequético cuidadoso, por um conhecimento exato de nossa Fé, e portanto das verdades que devem reger nossa vida interior. A piedade reside ainda na vontade. Devemos querer seriamente o bem que conhecemos. Não nos basta, por exemplo, saber que Deus é perfeito. Precisamos amar a perfeição de Deus, e portanto devemos desejar para nós algo dessa perfeição: é o anseio para a santidade.

"Desejar" não significa apenas sentir veleidades vagas e estéreis. Só queremos seriamente algo quando estamos dispostos a todos os sacrifícios para conseguir o que queremos. Assim, só queremos seriamente nossa santificação e o amor de Deus quando estamos dispostos a todos os sacrifícios para alcançar esta meta suprema. Sem esta disposição, todo o "querer" não é senão ilusão e mentira. Podemos ter a maior ternura na contemplação das verdades e mistérios da Religião: se daí não tirarmos resoluções sérias, eficazes, de nada valerá nossa piedade.

Não basta acompanhar Nosso Senhor em Sua Paixão*

É o que se deve dizer especialmente nos dias da Paixão de Nosso Senhor. Não nos adianta apenas acompanhar com ternura os vários episódios da Paixão. Isto seria excelente, não porém suficiente. Devemos dar a Nosso Senhor, nestes dias, provas sinceras de nossa devoção e amor.

Estas provas, nós as damos pelo propósito de emendar nossa vida e de lutar com todas as forças pela Santa Igreja Católica.

A Igreja é o Corpo Místico de Cristo. Quando Nosso Senhor interpelou São Paulo no caminho de Damasco, perguntou-lhe: "Saulo, Saulo, por que me persegues?". Saulo perseguia a Igreja. Nosso Senhor lhe dizia que era a Ele mesmo que Saulo perseguia.

Se perseguir a Igreja é perseguir a Jesus Cristo, e se hoje também a Igreja é perseguida, hoje Cristo é perseguido. A Paixão de Cristo se repete de algum modo também em nossos dias.

Atentando-se contra a Igreja, atenta-se contra Cristo

Como se persegue a Igreja? Atentando contra os seus direitos ou trabalhando para dela afastar as almas. Todo ato pelo qual se afasta da Igreja uma alma é um ato de perseguição a Cristo. Toda alma é, na Igreja, um membro vivo. Arrancar uma alma à Igreja é arrancar um membro ao Corpo Místico de Cristo. Arrancar uma alma à Igreja é fazer a Nosso Senhor, em certo sentido, o mesmo que a nós nos fariam se nos arrancassem a menina dos olhos.

Se queremos, pois, condoer-nos com a Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, meditemos sobre o que Ele sofreu nas mãos dos judeus, mas não nos esqueçamos de tudo quanto ainda hoje se faz para ferir o Divino Coração.

E isto tanto mais quanto Nosso Senhor, durante Sua Paixão, previu tudo que se passaria depois. Previu, pois, todos os pecados de todos os tempos, e também os pecados de nossos dias. Ele previu os nossos pecados, e por eles sofreu antecipadamente. Estivemos presentes no Horto como algozes, e como algozes seguimos passo-a-passo a Paixão até o alto do Gólgota.

Arrependamo-nos, pois, e choremos.

A Igreja, sofredora, perseguida, vilipendiada, aí está a nossos olhos indiferentes ou cruéis. Ela está diante de nós como Cristo diante de Verônica. Condoamo-nos com os padecimentos dela. Com nosso carinho, consolemos a Santa Igreja de tudo quanto ela sofre. Podemos estar certos de que, com isto, estaremos dando ao próprio Cristo uma consolação idêntica à que Lhe deu Verônica.

Rejeitar a Fé é expulsar de sua alma a Jesus Cristo

Comecemos pela Fé. Certas verdades referentes a Deus e a nosso destino eterno, podemos conhecê-las pela simples razão. Outras, conhecemo-las porque Deus no-las ensinou. Em sua infinita bondade, Deus se revelou aos homens no Antigo e Novo Testamento, ensinando-nos não apenas o que nossa razão não poderia desvendar, mas ainda muitas verdades que poderíamos conhecer racionalmente, mas que por culpa própria a humanidade já não conhecia de fato.

A virtude pela qual cremos na Revelação é a Fé. Ninguém pode praticar um ato de Fé sem o auxílio sobrenatural da graça de Deus. Essa graça, Deus a dá a todas as criaturas e, em abundância torrencial, aos membros da Igreja Católica. Essa graça é a condição da salvação nossa. Nenhum chegará à eterna bem-aventurança, se rejeitar a Fé. Pela Fé, o Espírito Santo habita em nossos corações. Rejeitar a Fé é rejeitar o Espírito Santo, é expulsar de sua alma a Jesus Cristo.

Incredulidade por culpa própria, culpa mortal

Vejamos agora, em torno de nós, quantos católicos rejeitam a Fé. Foram batizados, mas no curso do tempo perderam a Fé. Perderam-na por culpa própria, pois ninguém perde a Fé sem culpa, e culpa mortal. Ei-los que, indiferentes ou hostis, pensam, sentem e vivem como pagãos. São nossos parentes, nossos próximos, quiçá nossos amigos! Sua desgraça é imensa. Indelével, está neles o sinal do Batismo. Estão marcados para o Céu, e caminham para o inferno. Em sua alma redimida, a aspersão do Sangue de Cristo está marcada. Ninguém a apagará. É de certo modo o próprio Sangue de Cristo que eles profanam, quando nessa alma resgatada acolhem princípios, máximas, normas contrárias à doutrina da Igreja. O católico apóstata tem algo de análogo ao sacerdote apóstata. Arrasta consigo os restos de sua grandeza, profana-os, degrada-os e se degrada com eles. Mas não os perde.

E nós? Importamo-nos com isto? Sofremos com isto? Rezamos para que essas almas se convertam? Fazemos penitências? Fazemos apostolado? Onde nosso conselho? Onde nossa argumentação? Onde nossa caridade? Onde nossa altiva e enérgica defesa das verdades que eles negam ou injuriam?

O Sagrado Coração sangra com isto. Sangra pela apostasia deles e por nossa indiferença. Indiferença duplamente censurável, porque é indiferença para com nosso próximo e sobretudo indiferença para com Deus.


Uma grande conspiração de Satanás e seus obreiros


Quantas almas, no mundo inteiro, vão perdendo a Fé? Pensemos no incalculável número de jornais ímpios, rádio-emissões ímpias de que diariamente se enche o orbe. [Convém ressaltar que o autor escreve em 1947, quando o mundo ainda não estava inteiramente assolado pela depravação moral exercida pela televisão, pela Internet etc., que nos dias contemporâneos inundam os lares com todo tipo de imoralidade. O que diria ele, por exemplo, das novelas e de programas televisivos, que em nossos dias são apresentados?]

Pensemos nos inúmeros obreiros de Satanás que, nas cátedras, no recesso da família, nos lugares de reunião ou diversão, propagam idéias ímpias. De todo esse esforço, quem há de admitir que nada resulte? Os efeitos de tudo isto estão diante de nós. Diariamente as instituições, os costumes, a arte se vão descristianizando, indício insofismável de que o próprio mundo se vai perdendo para Deus.

Não haverá em tudo isto uma grande conjuração? Tantos esforços harmônicos entre si, uniformes em seus métodos, em seus objetivos, em seu desenvolvimento, serão mera obra de coincidências? Onde e quando intuitos desarticulados produziram articuladamente a mais formidável ofensiva ideológica que a História conhece, a mais completa, a mais ordenada, a mais extensa, a mais engenhosa, a mais uniforme em sua essência, em seus fins, em seu evoluir?

Não pensamos nisto. Nem percebemos isto. Dormimos na modorra de nossa vida de todo dia. Por que não somos mais vigilantes? A Igreja sofre todos os tormentos, mas está só. Longe, bem longe dela cochilamos. É a cena do Horto que se repete.

A bem dizer, a Igreja nunca teve tantos inimigos; e, paradoxalmente, nunca teve tantos "amigos". Ouçamos os espíritas: dizem que não movem guerra nenhuma à religião; e ao catolicismo, menos ainda do que a qualquer outra. Entretanto, a vida de todos eles, comunistas, espíritas, protestantes, não é desde a manhã até à noite outra coisa, senão uma conspiração contra a Igreja. Também eles têm os lábios prontos para o ósculo, embora em sua mente já hajam decidido, de há muito, exterminar a Igreja de Deus.

Que uso fazemos do dom da Fé que possuímos?

E entre nós? Esta Fé que tantos combatem, perseguem, atraiçoam, graças a Deus nós a possuímos.

Que uso fazemos dela? Amamo-la? Compreendemos que nossa maior ventura na vida consiste em sermos membros da Santa Igreja, que nossa maior glória é o título de cristão?

Em caso afirmativo - e quão raros são os que poderiam em sã consciência responder afirmativamente -, estamos dispostos a todos os sacrifícios para conservar a Fé?

Não digamos, num assomo de romantismo, que sim. Sejamos positivos. Vejamos friamente os fatos. Não está junto de nós o algoz que nos vai colocar na alternativa da cruz ou da apostasia. Mas todos os dias a conservação da Fé exige de nós sacrifícios. Fazemo-los?

Será bem exato que, para conservar a Fé, evitamos tudo que a pode pôr em risco? Evitamos as leituras que a podem ofender? Evitamos as companhias nas quais ela está exposta a risco? Procuramos os ambientes nos quais a Fé floresce e cria raízes? Ou, em troca de prazeres mundanos e passageiros, vivemos em ambientes em que a Fé se estiola e ameaça cair em ruínas?

Temos coragem de divergir das idéias erradas?

Todo homem, pelo próprio fato do instinto de sociabilidade, tende a aceitar as opiniões dos outros. Em geral, hoje em dia, as opiniões dominantes são anticristãs. Pensa-se contrariamente à Igreja em matéria de filosofia, de sociologia, de história, de ciências positivas, de arte, de tudo enfim. Os nossos amigos seguem a corrente. Temos nós a coragem de divergir? Resguardamos nosso espírito de qualquer infiltração de idéias erradas? Pensamos com a Igreja em tudo e por tudo? Ou contentamo-nos negligentemente em ir vivendo, aceitando tudo quanto o espírito do século nos inculca, e simplesmente porque ele no-lo inculca?

É possível que não tenhamos enxotado Nosso Senhor de nossa alma. Mas como tratamos este Divino Hóspede? É Ele o objeto de todas as atenções, o centro de nossa vida intelectual, moral e afetiva? É Ele o Rei? Ou simplesmente há para Ele um pequeno espaço onde se O tolera, como hóspede secundário, desinteressante, algum tanto importuno?

Almas tíbias: não perseguem a Cristo, mas não O amam

Quando o Divino Mestre gemeu, chorou, suou sangue durante a Paixão, não O atormentavam apenas as dores físicas, nem sequer os sofrimentos ocasionados pelo ódio dos que no momento O perseguiam. Atormentava-O ainda tudo quanto contra Ele e a Igreja faríamos nos séculos vindouros. Ele chorou pelo ódio de todos os maus, de todos os Arios, Nestórios, Luteros, mas chorou também porque via diante de si o cortejo interminável das almas tíbias, das almas indiferentes que, sem O perseguir, não O amavam como deviam.

É a falange incontável dos que passaram a vida sem ódio e sem amor, os quais, segundo Dante, ficavam de fora do inferno, porque nem no inferno havia para eles lugar adequado.

Estamos nós nesse cortejo?

Eis a grande pergunta a que, com a graça de Deus, devemos dar resposta nos dias de recolhimento, de piedade e de expiação em que devemos entrar agora.


terça-feira, 6 de março de 2012

CLERO PROGRESSISTA DO BRASIL
PERSEGUE PADRE PAULO RICARDO

Everth Queiroz Oliveira

Chega ao nosso conhecimento a circulação de uma carta aberta, assinada por alguns religiosos, membros do clero arquidiocesano de Cuiabá e integrantes de outras dioceses mato-grossenses, cujo conteúdo é simplesmente estarrecedor. Na referida carta, são feitas críticas totalmente infundadas à pessoa do padre Paulo Ricardo. Fala-se do sacerdote como “um homem amargurado, fatigado, raivoso, compulsivo, profundamente infeliz e transtornado”, “homem de verbo fácil, de muitos artifícios oratórios e também de muitas falácias e sofismas” e “dono de uma personalidade no mínimo controversa”.

No fim da carta, é pedido o afastamento do padre de suas atividades de magistério e até mesmo dos meios de comunicação social (!). A alegação é de que o sacerdote não teria “saúde mental para ser formador de futuros presbíteros”.

O que há de mais nas palavras de padre Paulo? Bom, qualquer examinador ortodoxo não veria nada absurdo em seu discurso, mas há quem fique incomodado com as verdades proferidas pelo sacerdote. Afinal, padre Paulo fala de “padres [que] foram tomados completamente pelo espírito do mundão”, de “padre que não honra a batina porque, aliás, nem usa a batina”, de “padre que deixou de ter fé”, de padres que fazem do pecado um apostolado, um modelo de vida. Todos estes exemplos não são coisas fantasiosas, criadas pela imaginação de padre Paulo. Estes exemplos são reais… E as palavras de Nossa Senhora ao pe. Stefano Gobbi servem para ilustrar a triste situação na qual caíram muitos consagrados do nosso tempo: “Quantas são as vidas sacerdotais e religiosas que se tornaram áridas pelo secularismo que as possui completamente”.

No Brasil, de modo especial, uma das correntes teológicas que têm feito perecer muitos religiosos é justamente a Teologia da Libertação, da qual não nos cansamos de falar, neste espaço. É uma forma de pensamento marxista, que, pondo em relevância a questão social, deixa de lado os mistérios da nossa fé, a transcendência da religião e tudo aquilo que há de sobrenatural na doutrina católica. Este ataque impiedoso ao Cristianismo já recebeu da Igreja uma condenação explícita, mas, mesmo assim, ainda há padres e bispos que insistem em adotar a TL para reger seu rebanho, travestindo de “desejo de comunhão, unidade, amor à Igreja e ao sacerdócio” uma forma de fazer teologia que só tem afastado as pessoas do Evangelho.

Esta carta aberta – “abjeta”, como li em outro lugar – é ridícula; consiste em um ataque escandaloso à figura de um homem que só tem feito bem a inúmeras almas em todo o país. Os católicos brasileiros manifestam o apoio ao riquíssimo trabalho desenvolvido nos últimos anos pelo padre Paulo Ricardo e estão unidos ao sacerdote em oração.

Por que a carta foi escrita? O que aconteceu, afinal?

Em Cuiabá, todos os anos, é realizado um evento católico de grandes proporções, chamado Vinde e Vede. Este ano foi a 26ª edição da festa que recebe, durante sua realização, a presença de vários pregadores religiosos. Entre os pregadores deste ano estava, justamente, o padre Paulo Ricardo. Na Internet, foi divulgado um trecho da pregação ministrada pelo reverendíssimo sacerdote, que foi transcrito pelos autores da supracitada carta aberta. Divulgamos, abaixo, o vídeo:





O que há de mais nas palavras de padre Paulo? Bom, qualquer examinador ortodoxo não veria nada absurdo em seu discurso, mas há quem fique incomodado com as verdades proferidas pelo sacerdote. Afinal, padre Paulo fala de “padres [que] foram tomados completamente pelo espírito do mundão”, de “padre que não honra a batina porque, aliás, nem usa a batina”, de “padre que deixou de ter fé”, de padres que fazem do pecado um apostolado, um modelo de vida. Todos estes exemplos não são coisas fantasiosas, criadas pela imaginação de padre Paulo. Estes exemplos são reais… E as palavras de Nossa Senhora ao pe. Stefano Gobbi servem para ilustrar a triste situação na qual caíram muitos consagrados do nosso tempo: “Quantas são as vidas sacerdotais e religiosas que se tornaram áridas pelo secularismo que as possui completamente”.

No Brasil, de modo especial, uma das correntes teológicas que têm feito perecer muitos religiosos é justamente a Teologia da Libertação, da qual não nos cansamos de falar, neste espaço. É uma forma de pensamento marxista, que, pondo em relevância a questão social, deixa de lado os mistérios da nossa fé, a transcendência da religião e tudo aquilo que há de sobrenatural na doutrina católica. Este ataque impiedoso ao Cristianismo já recebeu da Igreja uma condenação explícita, mas, mesmo assim, ainda há padres e bispos que insistem em adotar a TL para reger seu rebanho, travestindo de “desejo de comunhão, unidade, amor à Igreja e ao sacerdócio” uma forma de fazer teologia que só tem afastado as pessoas do Evangelho.

Esta carta aberta – “abjeta”, como li em outro lugar – é ridícula; consiste em um ataque escandaloso à figura de um homem que só tem feito bem a inúmeras almas em todo o país. Os católicos brasileiros manifestam o apoio ao riquíssimo trabalho desenvolvido nos últimos anos pelo padre Paulo Ricardo e estão unidos ao sacerdote em oração.

Há uma petição pública em apoio ao padre Paulo circulando na Internet; recomendamos a assinatura.

Aqueles que ainda não leram a carta aberta podem acessá-la aqui.

* * *

Leia mais: Padres do Regional Oeste II da CNBB se levantam contra Padre Paulo Ricardo, no Fratres in Unum.

Leia também: Pe. Paulo Ricardo pode ser assassinado!, no blog O Possível e O Extraordinário.

segunda-feira, 5 de março de 2012

O tempo da Quaresma

Dom Béda Keckeisen OSB

Durante estes quarenta dias os cristãos se unem intimamente ao
s sofrimentos e a morte de nosso Divino Salvador, a fim de ressuscitarem com Ele para uma vida nova, nas grandes solenidades pascais.
Nos primeiros tempos do cristianismo, esta idéia fundamental achava sua aplicação no Batismo dos catecúmenos e na reconciliação dos penitentes. Por toda a liturgia da Quaresma, a Igreja instruía os pagãos que se preparavam para o Batismo. No sábado Santo infundia as aguas batismais na sua fronte, de onde saiam para uma vida nova, como Cristo, do túmulo. Por sua vez, os fieis gravemente culpados, deviam fazer penitência pública e cobrir-se de cinzas (Quarta - feira de Cinzas), para acharem uma vida nova em Jesus Cristo. Convém reparar nestes dois elementos, para compreender a liturgia da Quaresma e a escolha de muitos textos sagrados.

Nossa participação neste tempo

No ofício das Matinas do Breviarium Romanum, no 1º Domingo da Quaresma, lemos o sermão que o Papa São Leão Magno, no século V dirigiu ao povo, explicando a liturgia da Quaresma: “Sem duvida, diz ele, os cristãos nunca deveriam perder de vista estes grandes mistérios... porém esta virtude é de poucos. E por isso é preciso que os cristãos sacudam a poeira do mundo. A sabedoria divina estabeleceu este tempo propício de quarenta dias, afim de que as nossas almas possam purificar-se, e, por meio de boas obras e jejuns, espiarem as faltas de outros tempos. Inúteis seriam, porém, os nossos jejuns, se neste tempo os nossos corações não se desapegassem do pecado.”
Lendo estas palavras, parece-nos assistir a abertura de um retiro. Com efeito, a Quaresma é o grande retiro anual de toda a família cristã, sob a direção maternal, e segundo o método da Santa Madre a Igreja. Este retiro terminará pela confissão e comunhão geral de todos os seus filhos, associados assim, realmente, á Ressurreição do Divino Mestre, e ressurgindo por sua vez a uma vida nova.
As praticas exteriores que devem desenvolver em nós o espírito de Cristo e unir-nos a seus sofrimentos são: o jejum, a oração e a esmola.

O Jejum

É imposto Pela Santa Igreja a todos os fieis, depois de 18 anos completos até atingirem os 60 anos. Seria engano pernicioso não reconhecer a utilidade desta mortificação corporal. Seria menosprezar o exemplo de Jesus Cristo, e pecar gravemente contra a autoridade de sua Igreja. O prefácio da Quaresma nos descreve os efeitos salutares do jejum, e aqueles que por motivos justos são dispensados dele, não o estarão do jejum espiritual, isto é, de abster-se de festas, cinemas, teatros, TV, internet, leituras puramente recreativas, etc.

A Oração

Assim como a palavra jejum abrange todas as mortificações corporais, da mesma maneira compreende a palavra oração todos os exercícios de piedade feitos neste tempo, com um recolhimento particular, como sejam: a assistência a Santa Missa, a Comunhão freqüente, a leitura de bons livros, a meditação, especialmente da Paixão de Jesus Cristo, a Via Sacra e a assistência ás pregações da Quaresma.

A esmola

Compreende as obras de misericórdia para com o próximo. Já no antigo testamento está dito: “Mais vale a oração acompanhada do jejum e da esmola do que amontoar tesouros” (Tob. 12,8).
Praticando essas obras, os catecúmenos antigamente preparavam-se para o Batismo que iam receber no Sábado de Aleluia, enquanto os penitentes públicos se submetiam a elas com espírito de dor e arrependimento do coração.
Saibamos também nós que aquele que não faz penitencia perecerá para toda a eternidade. (Luc. 13,3).
Renovemos em nós a graça do Batismo e façamos dignos frutos de penitência. Os textos das Missas a cada passo nos exortam a isso. Entretanto convém evitar que a nossa piedade seja excitada por compaixão sentimental ou tristeza exagerada. Sim, é um combate, uma morte terrível que vamos contemplar, mas é também, e sobre tudo, uma vitória, um triunfo. Na verdade assistiremos a uma luta gigantesca do homem novo; ouviremos os seus gemidos, seguiremos os seus passos sangrentos, contaremos todos os seus ossos; mas isto é apenas um episódio de sua vida; o desenlace é um grito de vitória, um canto de triunfo.

Particularidades deste tempo

A cor dos paramentos é roxa, e preta na Sexta-Feira Santa. Omite-se completamente Aleluia, enquanto o Glória só se canta nas festas Santos. Os altares são despojados deis enfeites e o órgão se cala, menos no IV Domingo. No fim das Missas do Tempo, o sacerdote diz: Bendigamos ao Senhor, em vez de: Ite Missa est, para exortar os fieis a perseverarem na oração.
Cada dia deste Tempo tem a sua “estação”, com indulgências especiais e sua própria liturgia, cujos cânticos e lições nos incitam á penitência e á conversão, enquanto as Orações imploram para nós o perdão e a graça.

(Missal Quotidiano – 1936)

sábado, 3 de março de 2012

Ateísmo militante na Espanha: criminoso e violento

Na Espanha, as associações e movimentos revolucionários do ateísmo e anticristianismo por um mundo melhor, já estão a levar a sua teoria à prática:

Na foto abaixo observa-se uma Igreja em Barcelona, após incêndio provocado por um grupo ateu.

“A única igreja que ilumina é a que arde. A luta continua”. Mensagens escritas na parede exterior de uma igreja.


“Ardereis como em 36″ Ameaça escrita na parede uma igreja, recordando os feitos dos ateus na Guerra Civil.

Panfleto ” A única Igreja que ilumina é a que arde” , difundido pelas associações ateístas espanholas. O lema está a ser espalhado nas ruas:

“A única igreja que ilumina é a que arde em chamas”

“Esta é a nossa oferta”, reprodução deste cartaz:

Movimento homossexuais espanhol usa o logotipo da igreja a arder nas suas convocatórias de provocação a católicos.

Caixas de fósforos, o merchandising do ateísmo por um mundo mais pacífico

«Oferecemos a nossa oferta particular à Igreja e seus valores: 3 litros de gasolina que arderam iluminando a escuridão da noite.» ( * )

…” assaltaremos as igrejas para vender as suas jóias e incendiar as cruzes. A única igreja que ilumina é a que arde“

«Somos uma frente ideológica para castigar exclusivamente a consciência católica. A “procissão ateia” percorrerá as ruínas das Escolas Pias, incendiadas pela Frente Anarquista Ibérica no início da Guerra Civil Espanhola. Acrescenta o porta-voz dos Ateos en lucha: ”Essa Igreja foi queimada pelo povo de Madrid, na revolta que houve contra a República; para nós é uma referência indispensável.” ( * )

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Meus comentários

Resta agora transmitir esse tipo de post aos cristãos mansos, um tipo específico de cristão cúmplice e conivente em relação a tudo que os neo ateus fazem, e mostrar o que conseguirão para o Brasil se não começarem a REVIDAR ponto a ponto os ataques sofridos na guerra ideológica.Só existem dois tipos de neo ateus: aqueles que tem coragem de partir para a violência (ou financiá-la), e os que ainda não tiveram coragem e/ou meios para isso. Pois o discurso de ódio à religião e aos religiosos é exatamente o mesmo para todos os que seguem Dawkins e cia.Quanto mais se tolera a intolerância neo ateísta, maior o risco deles usarem ou financiarem violência contra os religiosos, pois o pavio já foi aceso há tempos.

Fonte: http://lucianoayan.com/2012/03/02/por-que-eu-nao-estou-surpreso-ateismo-militante-na-espanha-criminoso-e-violento/