segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O homem que reza
 
Monsenhor Dr. Thiamér Toth(*)
 
“A coisa mais bela que se pode ver no mundo é o homem que reza! – disse alguém. Tinha razão. Diante do homem que reza, parece abrir-se um novo mundo; respira uma atmosfera divina e dessedenta-se com a água da vida eterna...
...De fato, só o homem sabe verdadeiramente rezar, elevando a alma conscientemente para Deus, para Lhe falar. A oração pertence ao homem, como característica própria e específica: e é isto que mais o honra e que, mais que tudo, o distingue das outras coisas criadas. Na oração, todos os sentidos se elevam a um grau sublime: a alegria, a gratidão, o amor, a inquietação, até as nossas lutas.  O fato mesmo de nos ser permitida a oração, e podermos elevar a alma fatigada à fonte eterna de toda a força para ali haurirmos força e alegria novas, constitui, por si só, umas das mais belas qualidades da nossa alma imortal...
...Pela oração respiramos profundamente o ar fresco da proximidade de Deus...”

 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Igreja Católica Apostólica Romana
 
 
Guardiã infalível da Fé e da Moral em todos os tempos!

O poder de governar, ensinar e santificar as almas:
I)      GOVERNAR: O Papa como Pastor Universal e o sacerdócio católico, a Igreja é a barca de Cristo e fora dela não há salvação. Disse Cristo Nosso Senhor dando o primado apostólico e o poder das chaves: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra Ela. Dar-te-ei as chaves do Reino dos Céus e tudo que ligares na terra será ligado nos céus; e tudo que desligares sobre a terra será desligado nos céus”. (Mt. XVI, 18 e 19).
II)     ENSINAR:  Outorgando  ao colégio apostólico e aos seus sucessores: “Ide por toda a parte e pregai o Evangelho. Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado”. Diz ainda: “Todo o poder me dado no Céu e na Terra. Ide, pois, ensinai a todos os povos e batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinai-lhes a observar tudo o que lhes mandei. Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. (Mt. XXVIII, 18-20).
III)    SANTIFICAR: A Igreja têm os sacerdotes com o sacramento da Ordem. A Igreja tem o poder sobre as consciências, pois tem o poder de perdoar os pecados. Disse o nosso divino Mestre: “Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhe-ão perdoados; e aqueles as quem os retiverdes, ser-lhe-ão retidos”. (Jo XX; 22-23).

Uma das notas ESSENCIAIS da Igreja de Jesus Cristo é a APOSTOLICIDADE, que supõe TRÊS CONDIÇÕES , das quais uma é que Ela seja FUNDADA pelos APÓSTOLOS, ou por seus LEGÍTIMOS SUCESSORES, ou por HOMENS POR ELES ENVIADOS.
Isso exige que a Igreja de Cristo:
1- Tenha NASCIDO no tempo de Cristo;
2- Tenha saído das MÃOS de Cristo;
3- Tenha nascido no PAÍS de Cristo;

FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO!

 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Hitórico da Ave Maria

Paulo Corrêa de Brito Filho

A Ave Maria é a prece mariana por antonomásia. Para se chegar à formulação da Ave Maria atual, foi necessário percorrer um caminho de muitos séculos.

Essa oração é composta de duas partes. A primeira consta de uma dupla saudação extraída do Evangelho:

1 – A saudação do Arcanjo Gabriel, enviado por Deus a fim de anunciar a divina maternidade de Maria: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo” (Lc 1, 28);

2 – A saudação de Santa Isabel, prima de Nossa Senhora, que, inspirada pelo Espírito Santo, proclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre” (Lc 1, 42). A essas duas saudações foram acrescidas duas palavras para que elas fossem mais distintamente enunciadas (Maria, Ave-Maria...) e Jesus (de teu ventre, Jesus)।

A segunda parte da oração contém uma súplica।

Os teólogos apresentam diversas razões de conveniência para que a Anunciação a Maria Santíssima tenha sido feita por um anjo. Dentre elas, duas podem ser aduzidas:

1 – Como a virgindade é conatural aos anjos, foi conveniente que um deles recebesse a missão de fazer esse anúncio a Maria, a qual, vivendo em carne, levava uma vida verdadeiramente angélica (cfr. Santo Tomás de Aquino, Suma teológica, III, q. 30, a, 2, c.);

2 – O anjo — e não o homem, maculado pelo pecado original — era o legado mais apto e conveniente para ser enviado à puríssima Virgem, isenta, como os anjos, de toda a culpa.

Quando começaram os primeiros cristãos a saudar a Santíssima Virgem com as palavras do anjo ou de Santa Isabel? Provavelmente, quando tiveram em mãos o Evangelho de São Lucas.

O primeiro documento escrito em que aparece o uso da saudação do anjo é a Homilia de um certo Theodoto Ancyrani, falecido antes do ano 446. Nela é explicitamente afirmado que, impelidos pelas palavras do anjo, dizemos: “Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo”.

Quanto à saudação de Santa Isabel, aparece ela unida à do anjo por volta do século V. As duas saudações conjugadas já se encontram nas liturgias orientais de São Tiago (em uso na Igreja de Jerusalém), de São Marcos (na Igreja Copta) e de São João Crisóstomo (na Igreja de Constantinopla).

Na Igreja latina, entretanto, as referidas saudações aparecem pela primeira vez unidas aproximadamente no século VI, em obras de São Gregório Magno.

O nome Maria foi acrescentado às palavras do anjo, no Oriente, por volta do século V, segundo parece, na liturgia de São Basílio; no Ocidente, porém, parece que isto ocorreu aproximadamente no século VI, figurando numa das obras de São Gregório Magno, o Sacramentário Gregoriano.

O nome Jesus foi acrescido às palavras de Santa Isabel provavelmente um século depois, no Oriente, figurando pela primeira vez em certo Manual dos Coptas, talvez no século VII; no Ocidente, todavia, o primeiro documento que registra o nome do Redentor é a Homilia III sobre Maria, mãe virginal, de Santo Amedeo, Bispo de Lausanne (Suíça) (aproximadamente em 1150), discípulo de São Bernardo. Nos mencionados documentos, ao nome Jesus encontra-se adicionada a palavra Christus.

A segunda parte da prece (Santa Maria, etc.), a súplica, já era empregada na Ladainha dos Santos. Em determinado código do século XIII, da Biblioteca Nacional Florentina, que já pertencera aos Servos de Maria do Convento da Beata Maria Virgem Saudada pelo Anjo, em Florença, lê-se esta oração: “Ave dulcíssima e imaculada Virgem Maria, cheia de Graça, o Senhor é contigo, bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto de teu ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, mãe da graça e da misericórdia, rogai por nós agora e na hora da morte. Amém.

Nesta fórmula, faltam somente dois vocábulos: [nós] pecadores e nossa [morte].

A fórmula precisa da Ave Maria, como é rezada hoje, encontra-se pela primeira vez no século XV, no poema acróstico do Venerável Gasparini Borro, O.S.M. (+ 1498).

A segunda parte da Ave Maria foi sempre rezada em caráter privado pelos fiéis até o ano de 1568, quando o Papa São Pio V promulgou o novo Breviário Romano, no qual figura a fórmula do referido Venerável Gasparini Borro, sendo estabelecida solenemente sua recitação no início do Ofício Divino, após a recitação do Pai Nosso e prescrita para todos os sacerdotes। Depois de um século a mencionada fórmula, sancionada pelo Sumo Pontífice, difundiu-se, de fato, em toda a Igreja universal.


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Biografia:

1. Pe. Gabriel M. Roschini O.S.M., Mariologia, tomus II, Summa Mariologiæ, Pars III, De singulari cultu B.M.V., secunda editio, Ângelus Belardetti Editor, Romæ, 1948.

2. D. Gregório Alastruey, Tratado de la Virgen Santíssima, Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), 4ª edição, Madrid, 1956.