sexta-feira, 18 de junho de 2010


O Maná: pré-figura da Sagrada Eucaristia

Fonte:Catolicismo, junho de 1992


Saídos do Egito, os hebreus caminhavam agora pelo deserto. E sentindo fome, murmuraram contra Deus.
“E o Senhor falou a Moisés, dizendo: Eu ouvi as murmurações dos filhos de Israel; dize-lhes pois: à tarde comereis carnes e pela manhã sereis saciados de pães; e sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus”.
Codornas e maná
“Aconteceu, pois, de tarde virem codornizes, que cobriram os acampamentos; e pela manhã havia uma camada de orvalho em redor dos acampamentos. E tendo coberto a superfície da terra, apareceu no deserto uma coisa miúda à semelhança de geada sobre a terra.
“Tendo visto isto os filhos de Israel disseram entre si: Manhu? que significa: Que é isto? E Moisés disse-lhes: Este é o pão que o Senhor vos dá para comer. Ninguém deixe dele até (amanhã) de manhã. Mas eles não lhe deram ouvidos, e alguns conservaram até de manhã, e ele começou a ferver em vermes e apodrecer. Moisés, pois, irou-se contra eles.(1)
“Todos começaram então a apanhar quantidade suficiente para um dia. Só no sábado se conservava, porque, querendo Deus que esse dia lhe fosse exclusivamente consagrado e empregado em obras de religião, não fazia descer o maná; cada qual procurava, pois recolher o dobro na sexta-feira”.(2)
Possuía todos os sabores
“Alimentaste o teu povo com o alimento dos anjos, e deste-lhe o pão, vindo do céu, preparado sem trabalho, que tinha em si toda a delícia e a suavidade de todo o sabor.
"Porque este alimento mostrava a doçura que tens para com teus filhos, porque, acomodando-se à vontade de cada um, transformava-se no que cada um queria.(3).
"E os filhos de Israel comeram maná durante quarenta anos, até chegarem aos confins do país de Canaã".(4)
Deus “deu-te [ó Israel] por sustento o maná, que tu desconhecias e teus pais, para te mostrar que o homem não vive só do pão, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus".(5)
No tabernáculo durante séculos
“E Moisés disse a Aarão: Toma um vaso, e mete nele maná; e põe-no diante do Senhor para se conservar pelas vossas gerações. E Aarão o pôs no tabernáculo para ser conservado.(6)
“Por um outro prodígio, este mesmo maná, o qual não podia ser guardado de um dia para o outro sem se corromper, exceto no sábado, conservou-se numa urna do tabernáculo [e depois na Arca da Aliança] durante séculos”.(7)
Pré-figura da Sagrada Eucaristia
“O maná é figura da Sagrada Eucaristia, que conforta o homem a caminhar no deserto deste mundo, em direção à verdadeira terra prometida, que é o céu”.(8)
Disse Nosso Senhor aos judeus: “Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto, e morreram. (Mas) este é o pão que desceu do céu, para que aquele que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo, que desci do céu. Quem comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que eu darei, é a minha carne (que será sacrificada) para a salvação do mundo”.(9)
“O novo maná, recebido com disposições convenientes, transforma-se em todos os desejos da alma fiel: fé, esperança, caridade, humildade, doçura, paciência, arrependimento filial, zelo ardente, coragem invencível, santa alegria”.(10)
Após ministrar a comunhão, fora da Missa, o sacerdote reza a seguinte oração:
“Vós lhes destes o pão do céu, que contém em si todos os sabores”.
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Notas:
1. Ex. 16, 11-20.
2. São João Bosco, História Sagrada, Livraria Editora Salesiana, São Paulo, 1965, 14ª.ed., p. 77.
3. Sb. 16, 20-21.
4. Ex. 16,35.
5. Deut. 8, 3.
6. Ex. 16, 33-34.
7. Padre Rohrbacher, Histoire Universelle de L’Égise Catholique, Gaume Frères, Paris, 1842, t.1, p.384.
8. São João Bosco, op. cit., p. 77.
9. Jo. 6, 48-52.
10. Padre Rohrbacher, op. cit., p. 384.

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